Torcida e Fred têm que zerar a pedra
sex, 12/08/11
por ilan |
categoria por a+b
Fred fez o mínimo que dele se esperava.Extrapolou um pouco o razoável ao não jogar duas partidas por conta do problema com torcedores, mas ir além disso seria manchar sua carreira.
Ao contrário, entendeu que tem um passado vitorioso – por seus méritos – a defender.
Mais que isso, percebeu que não é um jogador como outro qualquer no clube onde joga. Não tirou de seus filhos e netos a possibilidade de vê-lo na galeria de honra do Fluminense nas próximas décadas.
Sair pela porta dos fundos, como sabemos, não é coisa de quem pretende ser respeitado.
Fred foi inteligente o suficiente para prever que terá apoio da maioria em seu retorno. Mais que isso, tem um papel de ídolo a zelar. Algo que não se compra na esquina ou se encomenda no armazém.
Ser ídolo, entre outras coisas, é conquistar relação de confiança com a torcida – e confiança não é algo que se traia. É ser quase imune a altos e baixos, que não têm sido poucos. Uma química que Fred conquistou naturalmente no Fluminense, por ter simbolizado o espírito guerreiro. Um anseio do torcedor, que se viu representado por ele.
Cometeu seus pecados, cedeu um pouco às benesses do estrelato e nem sempre jogou bem. Mas não fez nada que justificasse ameaças. Aliás, nada, em lugar algum, a pessoa nenhuma, justifica.
Bem a tempo, Fred refletiu e entendeu o fundamental:
O Fluminense precisa dele. E ele precisa do Fluminense.
Um diagnóstico simples, mas que costuma ser ponto de partida para recuperar relações.
É hora de zerar a pedra.
Torcida e jogador têm que olhar pra frente. Com auto-crítica, sem negar seus erros, fazendo com que um se orgulhe do outro. Se conseguirem isso, darão passo importante para reviver seus melhores momentos e darão as mãos pelo objetivo comum:
A mesma camisa que vestem.
